Atirador se suicidou após matar pelo menos 12 crianças. 13 ainda estão internadas após ataque na manhã desta quinta-feira.
![]() |
Wellington Menezes de Oliveira, homem que atirou contra escola municipal Tasso da Silveira, em Realengo. |
O ataque
Wellington, de 23 anos, entrou em
uma escola municipal nesta manhã, atirou contra alunos em salas de aula
lotadas, foi atingido por um policial e se suicidou. O crime foi por
volta das 8h30.
Segundo autoridades, Wellington é ex-aluno, como era conhecido na
escola, e entrou sob alegação de que iria fazer uma palestra. Seu corpo
foi retirado por volta das 12h20, segundo os bombeiros. De acordo com a
polícia, Wellington não tinha antecedentes criminais.
A polícia diz que ele portava dois revólveres calibre 38 e
equipamento para recarregar rapidamente a arma. Esse tipo de revólver
tem capacidade para 6 balas.Segundo testemunhas, Wellington baleou duas pessoas ainda do lado de fora da escola e entrou no colégio dizendo que faria uma palestra.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, ele falou com uma professora e seguiu para uma sala de aula. O barulho dos tiros atraiu muitas pessoas para perto da escola O sargento Márcio Alves, da Polícia Militar, fazia uma blitz perto da escola e diz foi chamado por um aluno baleado. "Seguimos para a escola. Eu cheguei, já estavam ocorrendo os tiros, e, no segundo andar, eu encontrei o meliante saindo de uma sala. Ele apontou a arma em minha direção, foi baleado, caiu na escada e, em seguida, cometeu suicídio", disse o policial. (DECLARAÇÃO DO SARGENTO NO LOCAL DA TRAGÉDIA)
A escola foi isolada, e os feridos foram levados para hospitais. Os
casos mais graves foram levados para o hospital estadual Albert
Schweitzer, que fica no mesmo bairro o colégio.
Sobrevivente conta como foi:Uma das alunas
lembra os momentos de terror na unidade. A menina de 12 anos disse que
viu o atirador entrar na escola. Ela estava dentro da sala de aula
quando ele abriu fogo contra os alunos.
“Ele começou a atirar. Eu me agachei e, quando vi, minha amiga
estava atingida. Ele matou minha amiga dentro da minha sala”, conta
ela, que afirma que estava no pátio na hora em que o atirador entrou na
escola.
“Ele estava bem vestido. Subiu para o segundo andar e eu ouvi dois
tiros. Depois, todos os alunos subiram para suas salas. Depois ele
subiu para o terceiro andar, onde é a minha sala, entrou e começou a
atirar”, completou.
TRAGÉDIA NO RIO
Leia a íntegra da carta do atirador que invadiu escola!
Na carta encontrada com o atirador que abriu fogo dentro da Escola
Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na Zona Oeste do Rio, na
manhã desta quinta-feira (7), Wellington Menezes de Oliveira fala de
questões religiosas e dá indícios de que o ataque foi premeditado, além
de pedir perdão pelo crime. Segundo o hospital para onde foram levadas vítimas, 11 crianças morreram e 13 estão feridas, sendo 4 em estado grave.
Leia a íntegra da carta:
![]() |
Carta - parte 1 |
“Primeiramente deverão saber que os impuros não poderão me tocar sem
luvas, somente os castos ou os que perderam suas castidades após o
casamento e não se envolveram em adultério poderão me tocar sem usar
luvas, ou seja, nenhum fornicador ou adúltero poderá ter um contato
direto comigo, nem nada que seja impuro poderá tocar em meu sangue,
nenhum impuro pode ter contato direto com um virgem sem sua permissão,
os que cuidarem de meu sepultamento deverão retirar toda a minha
vestimenta, me banhar, me secar e me envolver totalmente despido em um
lençol branco que está neste prédio, em uma bolsa que deixei na
primeira sala do primeiro andar, após me envolverem neste lençol
poderão me colocar em meu caixão. Se possível, quero ser sepultado ao
lado da sepultura onde minha mãe dorme. Minha mãe se chama Dicéa
Menezes de Oliveira e está sepultada no cemitério Murundu. Preciso de
visita de um fiel seguidor de Deus em minha sepultura pelo menos uma
vez, preciso que ele ore diante de minha sepultura pedindo o perdão de
Deus pelo o que eu fiz rogando para que na sua vinda Jesus me desperte
do sono da morte para a vida eterna.
![]() | |
Carta - parte 2 |
Eu deixei uma casa em Sepetiba da qual nenhum familiar precisa,
existem instituições pobres, financiadas por pessoas generosas que
cuidam de animais abandonados, eu quero que esse espaço onde eu passei
meus últimos meses seja doado a uma dessas instituições, pois os
animais são seres muito desprezados e precisam muito mais de proteção e
carinho do que os seres humanos que possuem a vantagem de poder se
comunicar, trabalhar para se alimentarem, por isso, os que se
apropriarem de minha casa, eu peço por favor que tenham bom senso e
cumpram o meu pedido, por cumprindo o meu pedido, automaticamente
estarão cumprindo a vontade dos pais que desejavam passar esse imóvel
para meu nome e todos sabem disso, senão cumprirem meu pedido,
automaticamente estarão desrespeitando a vontade dos pais, o que prova
que vocês não tem nenhuma consideração pelos nossos pais que já dormem,
eu acredito que todos vocês tenham alguma consideração pelos nossos
pais, provem isso fazendo o que eu pedi."
Nenhum comentário:
Postar um comentário